Os tempos atuais são marcados pela importância da informação. Estar informado é, de fato, importante. Mas, saber encontrar informações, organizá-las, processá-las, visualizá-las e tirar proveito delas, isso é evoluir. Esse processo de evolução passa pela produção e compartilhamento de informações mais ricas, mais completas, como as informações geoespaciais ou, também conhecidas como geoinformações, que se distinguem essencialmente pela componente espacial, que associa a cada entidade ou fenômeno uma localização na terra.
A Geoinformação é a união da tão valiosa informação a um atributo geográfico. O que significa que ela tem um endereço, carrega consigo as coordenadas (longitude, altitude e latitude) do local a que se refere. Uma informação que tem aliada a si sua posição geográfica é chamada de informação georeferenciada, no sentido de ter referência, através das coordenadas, com algum ponto da Terra. As coordenadas são convencionalmente dispostas em um mapa, que também é uma geoinformação (gráfica), pois representa uma feição geográfica.
As Informações geoespaciais são relevantes elementos de base para atividades de planejamento, gestão de recursos, tomada de decisão e na elaboração de políticas públicas. Sabendo disso, o Brasil, através do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com apoio
Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil tem desenvolvido estudos e ações de parceria com a União Europeia afim de otimizar o sistema de informação geoespacial para o controle do desmatamento.
Desde 2014 o IBAMA passou a fazer, de forma sistemática, o monitoramento do desmatamento no Cerrado com periodicidade anual e na Amazônia com periodicidade quinzenal utilizando imagens de satélite. Considerando que o combate ao desmatamento no Brasil é de responsabilidade não apenas do governo federal, mas principalmente dos entes federados, é de suma importância que as informações sobre detecção de desmatamento e qual providência foi tomada para cada uma delas seja compartilhada com todas as instituições envolvidas. A Agência Ambiental Europeia dispõe de um Sistema Compartilhado de Informações Ambientais que tem os atributos necessários para atingir este objetivo. Além disso, algumas instituições na Europa trabalham com o que há de mais atual no desenvolvimento de soluções que utilizam sistemas de informação geoespaciais de código aberto.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), enviou técnicos para visitar agências europeias que utilizam softwares livres para sistemas de geoinformação.
Os profissionais visitaram a Agência Regional de Proteção Ambiental de Piemonte, na Itália, o Departamento de Geoinformação de Glarus, na Suíça, a Agência de Cooperação Internacional para Recursos Naturais da Áustria, o Instituto Federal de Geociências e Recursos Naturais da Alemanha e a Agência de Meio Ambiente da Dinamarca.
A escolha das instituições levou em conta o uso de software livre para o tratamento de informações geoespaicias relacionadas ao meio ambiente.
Esta missão foi importante para identificar as possibilidades de cooperação sobre o tema e para divulgar o que o Brasil tem feito para combater o desmatamento utilizando software livre. Ficou claro para os participantes da missão que o Ibama está desenvolvendo um trabalho de ponta, de grande interesse para as instituições europeias visitadas.
Nos dias 27, 28 e 29 de setembro, será realizado ainda o seminário "Uso de Software Livre para Informações Geoespaciais no Governo: Casos de Sucesso na Europa e no Brasil". 15 instituições brasileiras já confirmaram presença.