A foto acima (tirada por mim) é de uma banca de
revistas no Plano Piloto (Brasília/DF). Eu estava andando sem destino em um
Domingo qualquer quando passei em frente a ela. Neste momento, meu pensamento
imediato foi um só: “banca de revistas é um negócio que caminha para a extinção,
correto? Uma banca de revistas que, para agravar o quadro, oferece serviços de
Lan House, xerox, locação de DVD e plastificação de documentos merece o título
mundial de shopping (ou museu?) do Século XX”. Hoje, ninguém mais tem dúvidas
de que tudo caminha rapidamente para bem distante da Lan House (a Internet é
cada vez mais móvel e individual do que fixa e coletiva), da xerox (a vida sem
papel é sem volta), da locação de DVD (preciso lembrar do Netflix e seus concorrentes?)
e da plastificação de documentos (todos os dias, estamos cada vez mais perto da
digitalização completa da nossa identificação).
Passei a caminhada inteira e o
dia de Domingo todinho com aquela imagem na cabeça. Na segunda-feira pela manhã,
no caminho para o trabalho e quando achava que estava completamente livre daquele
tenebroso conflito “Século XX versus Século
XXI”, a ficha finalmente caiu: será que o cidadão, ao passar em frente a uma organização
pública, não teria o mesmo tipo de “susto” que eu tive naquele Domingo? Sim,
teria! Ops...teria, não! Tem!
A verdade é que, quando colocada
principalmente diante deste novo cidadão conectado e cliente de empresas tão
espetaculares quanto Amazon, AirBnB, Uber, Apple e Google, a administração pública
é nada mais, nada menos que uma banca de revistas “vendendo” xerox e
plastificação.
Reconhecer esta realidade –
confesso! – me causa certa angústia, mas também me traz uma grande alegria em
identificar um belo desafio para todos os servidores e parceiros públicos de
bem! Temos muito trabalho a fazer (#fato!). Acredito demais que parte essencial
desta “briga entre séculos” passa pelo tipo de cultura, de competências e de iniciativas
que o INOVA promove: digitalização de serviços públicos, desburocratização de
processos, design thinking no serviço
público, arranjos institucionais
inovadores, serviços públicos centrados no cidadão etc. São todas estas
temáticas de que se ocupa o INOVA e em relação às quais existe um mundo de
gente boa, ativa e bem-intencionada querendo construir pontes e cooperação para
fazer da administração pública um pouco menos banca de revistas e um pouco
mais... um pouco mais... o quê? Comenta aí!
Belo post, Joelson - um dos aspectos que acho mais instigante é que podemos ser disruptivos em soluções inovadoras (para não termos de "evoluir uma banca de revistas até que ela vire a Amazon") e, ao mesmo tempo, devemos ter todo o cuidado com os efeitos que decorrem de mudanças bruscas ("sair da lavoura direto para a nave espacial"). Mas que dá pé, com certeza dá :)
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ResponderExcluirBoa reflexão Bruno, o desafio está dado! Seremos uma sofisticada banca de jornais ou uma plataforma mobile de serviços públicos integrados e on demand para realmente servir e facilitar a vida de todos nós cidadãos?
ResponderExcluirBoa reflexão Bruno, o desafio está dado! Seremos uma sofisticada banca de jornais ou uma plataforma mobile de serviços públicos integrados e on demand para realmente servir e facilitar a vida de todos nós cidadãos?
ResponderExcluir"cooperação para fazer da administração pública um pouco menos banca de revistas e um pouco mais... um pouco mais..."
ResponderExcluirum pouco mais de facilitador de soluções públicas para os cidadãos! Pois, o que é que um consumidor procura hoje em empresas como a Apple, Uber etc., senão as facilidades inovadoras que as mesmas promovem?
infelizmente temos muitos agentes públicos que entendem inovação como nova roupagem apenas, ou mesmo aqueles que bloqueiam o acesso do cidadão às instituições. Mas felizmente, temos outros que pensam diferente, fora da caixa burocrática e querem avançar, transformar!