Há mais de 50 anos, em artigo na
revista Harvard Business Review, o economista e guru do marketing Theodore
Levitt afirmava, categoricamente: criatividade
não é suficiente! Ideias são inúteis a não ser que sejam usadas, pois a
prova de seu valor está na implementação. Também é dele a explicação simples, e
ao mesmo tempo brilhante, sobre a relação entre ideias e inovação: “criatividade é pensar coisas novas;
inovação é fazer coisas novas”.
Infelizmente, muitas vezes ficamos
só no mundo das ideias, pensando em maneiras para tornar nossas atividades no
trabalho mais eficientes, nossas auditorias mais eficazes, ou mesmo nossas
vidas pessoais mais agradáveis ou bem sucedidas. No momento seguinte,
descartamos essas ideias e voltamos à rotina do dia a dia. Como disse Einstein
certa vez, insanidade é continuar
fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes...
Portanto, as mudanças – sejam elas
grandes inovações ou pequenas melhorias – não acontecem sem a iniciativa de
colocar novas ideias em prática. Porém, antes disso é preciso ter as ideias e,
se possível, as melhores que sejam aplicáveis ao problema que se precisa
resolver.
Um exemplo: aqueles que moram em
grandes cidades já se acostumaram a contar com o aplicativo Waze para dizer
qual o caminho mais rápido para chegar a determinado destino, fugindo assim dos
locais de maior trânsito. E que tal se, antes de sair de casa para ir ao banco,
um aplicativo pudesse nos dizer qual agência tem filas menores? Parece uma boa
proposta para otimizar o atendimento aos clientes, mas como surgem ideias
assim?
De acordo com Ken Robinson, especialista britânico
em educação e criatividade, todos
nascemos com uma capacidade extraordinária de imaginar, de criar ideias
abstratas, porém usamos apenas uma fração desse talento, dentre outros
motivos, pela falta de oportunidade ou de atitude de aplicar essa capacidade a
casos concretos.
É por esse motivo que as empresas
têm recorrido, cada vez mais, à promoção de concursos e outras iniciativas para
estimular a apresentação de ideias
inovadoras para solução de desafios prioritários. Trata-se de aproveitar o
velho ditado de que “duas cabeças pensam melhor do que uma” e, assim, tentar
fazer com que todas as cabeças pensem juntas, seja de forma restrita aos
funcionários da empresa, ou aberta para toda a sociedade.
Voltando ao nosso exemplo, a ideia
do aplicativo que indica as agências com menores filas foi a vencedora do Prêmio Pensa BB, realizado pelo Banco do Brasil em
2015 e que coletou mais de 3 mil sugestões envolvendo 10 desafios de negócio
priorizados pela diretoria do banco. Dessas, 58 foram selecionadas e estão
sendo implementadas – afinal, para inovar
é necessário que a criatividade seja seguida da execução.
Vale ressaltar que concursos dessa
natureza, para fomentar a apresentação de ideias inovadoras, não são exclusivas
do setor privado ou de empresas públicas, como o Banco do Brasil. Como exemplos,
podemos citar a Procuradoria-Geral Federal da Advocacia-Geral da União, que
possui uma Fábrica de
Ideias em operação desde 2014, bem como a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), que acaba de lançar sua própria iniciativa, por
coincidência, com o mesmo nome adotado pela AGU.
E você, o que acha, essa parece uma
boa ideia para buscar soluções para os desafios da sua instituição, ou do setor
público em geral? Sabemos que a criação de um banco de ideias foi uma das
sugestões incluídas no projeto de construção de uma plataforma da rede de
inovação, então que tal aproveitarmos os inúmeros talentos que temos na rede e
começarmos a pensar coletivamente sobre o assunto?
Fica, então, o desafio: como
implementar um programa contínuo de incentivo à apresentação de ideias
inovadoras para melhoria das atividades do setor público? Enquanto não temos
uma plataforma específica para isso, deixem suas ideias (ou colaborem sobre as
ideias dos outros) no espaço de comentários do blog logo abaixo.
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