A resposta é sim.
A Unesco publicou, recentemente,
o “Relatório Mundial de Ciências Sociais 2016. O desafio das desigualdades:
caminhos para um mundo mais justo”, documento elaborado pelo Conselho Internacional
de Ciências Sociais (International Social Science Council – ISSC) e pelo
Institute of Development Studies (IDS), sob a orientação de um Conselho
Consultivo Científico (Scientific Advisory Council – SAC), formado por
renomados estudiosos na área da desigualdade, com diferentes históricos
acadêmicos e provenientes de todas as partes do mundo.
O relatório é direcionado a
públicos diversos (estudantes, especialistas em desigualdades, gestores de
políticas públicas, tomadores de decisão, instituições de pesquisa, sociedade
civil, meios de comunicação, etc), e oferece uma revisão atualizada de
abordagens e dados, explora algumas das consequências da desigualdade em
diferentes níveis, apontando a situação das desigualdades em todo o mundo por
meio de insights multidisciplinares
de vários países e de todas as regiões mundiais.
Mas, por que falar de
desigualdades em 2015? Porque estudos indicam que elas vêm crescendo,
principalmente quando tem-se o dado de que quase metade de toda a riqueza das
famílias de todo o mundo pertencia a 1% da população mundial, e que as 62
pessoas mais ricas possuíam o mesmo que a metade inferior da humanidade.
No entanto, a publicação defende
que as desigualdades não devem ser compreendidas e abordadas somente em relação
à renda e à riqueza. Elas interagem através de sete dimensões principais:
econômica, política, cultural, ambiental, espacial e relativa ao conhecimento.
Diante desse contexto, a questão
da crescente desigualdade e o que se deve fazer a respeito adquire importância
nas mentes dos governos, do setor privado, de líderes da sociedade civil e de
cidadãos em todo o mundo, principalmente quando se reconhece que reduzir as
desigualdades significa estimular transformações no sentido da
sustentabilidade, promover o progresso social, reduzir os conflitos e a
violência, e desenvolver uma governança inclusiva.
E o que a inovação tem a ver com
isso?
O Relatório publicado pela Unesco
indica que ação coletiva de cidadãos está abrindo espaços a novas soluções para
a desigualdade, as quais podem inspirar inovações de políticas inclusivas e
defende que é necessária uma abordagem multidisciplinar para o estudo sobre a
desigualdade, com contribuições de uma ampla gama de ciências sociais (tais
como economia, ciência política, sociologia, psicologia, antropologia, direito
e estudos sobre desenvolvimento), assim como de outras disciplinas e fora da
universidade.
Isso significa ir além da
quantificação das diferentes dimensões da desigualdade, ou seja, enfatizar
métodos qualitativos e participativos, assim como desenvolver combinações
inovadoras no campo da pesquisa quantitativa e qualitativa, para se entender
por que e como as desigualdades persistem. Conclui-se, por fim, que um mundo
mais justo precisa de conhecimento transformador, novos caminhos, novas
respostas, que, por sua vez, devem envolver abordagens multidisciplinares e
inovadoras sobre os desafios relacionados à redução das desigualdades.
Acesse o resumo do Relatório em: http://unesdoc.unesco.org/images/0024/002459/245995POR.pdf
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