Blog da Rede de Inovação no Setor Público

20 de mar. de 2017

A inovação pode colaborar para um mundo mais justo?



A resposta é sim.

A Unesco publicou, recentemente, o “Relatório Mundial de Ciências Sociais 2016. O desafio das desigualdades: caminhos para um mundo mais justo”, documento elaborado pelo Conselho Internacional de Ciências Sociais (International Social Science Council – ISSC) e pelo Institute of Development Studies (IDS), sob a orientação de um Conselho Consultivo Científico (Scientific Advisory Council – SAC), formado por renomados estudiosos na área da desigualdade, com diferentes históricos acadêmicos e provenientes de todas as partes do mundo.

O relatório é direcionado a públicos diversos (estudantes, especialistas em desigualdades, gestores de políticas públicas, tomadores de decisão, instituições de pesquisa, sociedade civil, meios de comunicação, etc), e oferece uma revisão atualizada de abordagens e dados, explora algumas das consequências da desigualdade em diferentes níveis, apontando a situação das desigualdades em todo o mundo por meio de insights multidisciplinares de vários países e de todas as regiões mundiais.

Mas, por que falar de desigualdades em 2015? Porque estudos indicam que elas vêm crescendo, principalmente quando tem-se o dado de que quase metade de toda a riqueza das famílias de todo o mundo pertencia a 1% da população mundial, e que as 62 pessoas mais ricas possuíam o mesmo que a metade inferior da humanidade.

No entanto, a publicação defende que as desigualdades não devem ser compreendidas e abordadas somente em relação à renda e à riqueza. Elas interagem através de sete dimensões principais: econômica, política, cultural, ambiental, espacial e relativa ao conhecimento.

Diante desse contexto, a questão da crescente desigualdade e o que se deve fazer a respeito adquire importância nas mentes dos governos, do setor privado, de líderes da sociedade civil e de cidadãos em todo o mundo, principalmente quando se reconhece que reduzir as desigualdades significa estimular transformações no sentido da sustentabilidade, promover o progresso social, reduzir os conflitos e a violência, e desenvolver uma governança inclusiva.

E o que a inovação tem a ver com isso?

O Relatório publicado pela Unesco indica que ação coletiva de cidadãos está abrindo espaços a novas soluções para a desigualdade, as quais podem inspirar inovações de políticas inclusivas e defende que é necessária uma abordagem multidisciplinar para o estudo sobre a desigualdade, com contribuições de uma ampla gama de ciências sociais (tais como economia, ciência política, sociologia, psicologia, antropologia, direito e estudos sobre desenvolvimento), assim como de outras disciplinas e fora da universidade.


Isso significa ir além da quantificação das diferentes dimensões da desigualdade, ou seja, enfatizar métodos qualitativos e participativos, assim como desenvolver combinações inovadoras no campo da pesquisa quantitativa e qualitativa, para se entender por que e como as desigualdades persistem. Conclui-se, por fim, que um mundo mais justo precisa de conhecimento transformador, novos caminhos, novas respostas, que, por sua vez, devem envolver abordagens multidisciplinares e inovadoras sobre os desafios relacionados à redução das desigualdades. 

Acesse o resumo do Relatório em: http://unesdoc.unesco.org/images/0024/002459/245995POR.pdf



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