“Sim, o 4G ainda é lenda para muita gente. Sim, as empresas de tecnologia já estão bastante empenhadas no desenvolvimento do 5G. Sim, você se cansará de ler a respeito de avanços nas redes móveis de quinta geração nas próximas semanas, meses e anos. Ainda bem.”
O 5G será a próxima geração de conexão móvel sem fio — será a quinta geração, por isso o nome 5G. A rede poderá ser usada para troca de dados, assim como usamos hoje, em maior parte, o 3G e o 4G.
A expectativa é que o 5G traga a estrutura necessária para que a Internet das Coisas seja uma realidade no mundo. A chegada de dispositivos conectados criará demanda por rede de alta capacidade. Estima-se que o 5G permita a conexão de 7 trilhões de dispositivos — assim, cada pessoa no mundo poderá ter mil objetos conectados. Ambientes urbanos devem mudar bastante ao longo da próxima década. Soluções conectadas ajudarão na análise de tráfego, fornecimento de água, além de outras inúmeras possibilidades.
Em linhas gerais, a rede 5G trará inovações muito além das telecomunicações. “Ao conectar pessoas, máquinas e coisas em escala maciça se facilita a entrega de cuidados de saúde personalizados, se otimiza transporte e logística, se melhora acesso a cultura e educação e talvez se revolucione serviços públicos”, escreveu a União Europeia em um documento sobre o assunto.
Porém o 5G não deve chegar tão cedo até os usuários. Tradicionalmente, as gerações de dados em telecom mudam a cada dez anos. Especialistas acreditam que o 5G deve começar a tomar corpo na sociedade lá por 2020.
No momento, entidades, empresas e órgão internacionais estão debatendo e definido padrões para o 5G. Definidos os padrões, governos ao redor do mundo devem trabalhar para que seja possível implementar a rede.
No âmbito da ação "5G e o Futuro das Telecomunicações Móveis no Brasil e Europa", patrocinada pelo Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil, se realizou uma missão técnica à Europa para conhecer centros de pesquisas sobre a tecnologia 5G e verificar as ações concretizadas nessa área. Fizeram parte da delegação brasileira representantes do MCTIC, o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), a Universidade de São Paulo (USP), e do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).
A primeira visita foi ao 5G Innovation Centre, da Universidade de Surrey, em Guildford, na Inglaterra. Trata-se de um dos grupos de pesquisa mais ativos e importantes do mundo nessa área, tendo ficado na segunda posição na publicação First Wireless Tech, que elegeu, em julho deste ano, as cinco instituições acadêmicas que lideram as pesquisas em 5G no mundo. Os representantes brasileiros puderam conhecer detalhadamente a forma como a pesquisa está estruturada nesse centro.
Também foi visitado o Center for Wireless Communications (CWC), da Universidade de Oulu, na Finlândia. A instituição é referência mundial em comunicação sem fio e bastante ativa na área de redes 5G. Além disso, tem contínua colaboração com grupos de pesquisa do Brasil. Os membros da missão consideraram a experiência muito proveitosa, pois permitiu obter uma visão geral do ecossistema existente nos centros de pesquisas e nas empresas atuantes no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, além conhecer as atividades de pesquisa em 5G do CWC. “A visita foi efetiva, uma vez que todos os representantes do CWC se mostraram muito receptivos ao estabelecimento de projetos conjuntos e destacaram a boa relação com os pesquisadores brasileiros, bem como com as universidades e centros de pesquisas do Brasil”, afirmou Eder Eustáquio Alves, servidor do MCTIC. Na ocasião, foi formalizado um Memorando de Entendimento entre o CWC e o CPqD, que representa o marco inicial para um programa de parcerias estruturado.
A delegação brasileira esteve também no 5G Lab Germany Academic, da Universidade de Dresden, na Alemanha, um importante centro de pesquisas com atuação destacada no desenvolvimento de redes 5G. A instituição colabora de forma ativa com grupos de pesquisa do Brasil, especialmente o Inatel, que teve um professor visitante atuando no 5G Lab recentemente. Destaca-se também o grande número de estudantes brasileiros realizando intercâmbio na Universidade de Dresden – atualmente são 136 – por meio de programas de bolsas no exterior, como o Ciência sem Fronteiras.
Nessa instituição, os integrantes da missão assistiram ao seminário “5G Lab Academic Day”, com palestras de professores e líderes de laboratórios europeus sobre o tema de 5G. Por fim, participaram de reunião com os coordenadores do evento, os professores Gerhard Fettweis e Frank Fitzek, em que apresentaram as linhas de pesquisa e principais projetos em andamento sobre 5G no Brasil. Na ocasião, foram discutidas as possibilidades de parcerias futuras entre os centros de pesquisas brasileiros (Inatel, CPqD e USP) e o 5G Lab. Eder Eustáquio Alves classificou as atividades como muito produtivas. “Tivemos a oportunidade de conhecer um dos mais importantes laboratórios de desenvolvimento de tecnologias de redes móveis da Europa e aprender bastante sobre o assunto. Além disso, criamos um canal para possíveis parcerias”, salientou.
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