Blog da Rede de Inovação no Setor Público

19 de jan. de 2016

Governo Digital - caminhos para a prestação de serviços públicos do futuro





O relatório da Accenture, datado de janeiro de 2014, apresenta um comparativo do desempenho de dez países em relação às ações de governança digital, sendo que o principal patrocinador da pesquisa foram os Emirados Árabes Unidos (EAU)*.
Caso de Sucesso 1: o desenvolvimento de novos serviços digitais da Receita Federal (interação via tecnologia de vídeo e smartphone app "IRS2Go"), que permitem o cumprimento das obrigações fiscais dos cidadãos de forma mais abrangente e eficiente, bem como um melhor tratamento das informações, cruzamento de dados e prevenção de fraudes.
Caso de Sucesso: o projeto "Carteira de Identidade Única" é uma iniciativa que busca proporcionar um documento de identificação única para todos os residentes no país, bem como proporcionar as bases de uma eficiente prestação de serviços aos cidadãos, incluindo as populações marginalizadas.

*Obs.: Abu Dhabi é a capital e Dubai é a cidade mais populosa dos EAU. Conforme publicado no nosso blog, "o ano de 2015 foi escolhido como o "Ano da Inovação" no país e foi divulgado que todas as agências do governo terão um "Diretor Geral de Inovação"".


Conforme o relatório supracitado, a classificação final foi a seguinte:

Categoria "Potencializadores":
1) Cingapura, com 7,4 pontos;
2) Noruega - 7,3 pontos;
3) EAU - 6,7 pontos;

Categoria "Construtores":
4) Coréia do Sul - 6,0 pontos;
5) Arábia Saudita - 5,9 pontos;
6) Estados Unidos - 5,9 pontos;
7) Reino Unido - 5,7 pontos;

Categoria "Cortadores":
8) Índia - 5,4 pontos;
9) Alemanha - 4,7 pontos;
10) Brasil - 4,3 pontos.

A metodologia empregada pela consultoria é própria e complexa, mas pode ser detalhada, conforme a seguir.

O índice geral "Experiência de Atendimento ao Cidadão" possui três componentes:
a) ​Pesquisa de Satisfação dos Cidadãos, com peso de 40%;
b) Maturidade do Serviço, com peso de 10%;
c) Experiência de Prestação de Serviços ao Cidadão, com peso de 50%.

Na "Pesquisa de Satisfação dos Cidadãos" (40%) foram consultadas 5.000 pessoas nos dez países relacionados, sendo que foram aplicados 10 questionamentos, sobre:
1) Qualidade dos serviços públicos (Brasil ficou em último lugar, com 67% de insatisfação);

2) Serviços públicos digitais (Brasil ficou em 9º lugar, com 70% de pouca interação);

3) Importância do governo digital no futuro (Brasil em 7º lugar, com 81% de importância);

4) Comparação entre serviços prestados e demandas dos cidadãos (Brasil com a maior lacuna, de 168,5%);

5) capacidade do governo em enfrentar desafios (Brasil em último lugar nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública, e 7º lugar, na área de Emprego);

6) Envolvimento dos Cidadãos (Brasil em 6º lugar, com 75% dos pesquisados indicando a necessidade de maior participação dos cidadãos na forma como os serviços públicos são planejados e ofertados);

7) Envolvimentos das Empresas (Brasil em 3º lugar, com 66% dos entrevistados indicando a necessidade de maior participação das empresas na forma como os serviços públicos são planejados e ofertados);

8) Uso das Mídias Sociais (Brasil em 2º lugar, com 81% dos entrevistados demonstrando interesse na interação com o governo via mídias sociais);

9) Uso de Dispositivos Móveis (Brasil em 4º lugar, com 81$ dos pesquisados indicando interesse no uso de dispositivos móveis para interagir com os serviços públicos);

10) Uso de Computação em Nuvem (Brasil 4º lugar, com 80% dos entrevistados indicando interesse no uso de computação em nuvem para interagir com os serviços públicos).

No item "Maturidade do Serviço" (10%), o Brasil ficou em último lugar (4,8 pontos), devido ao fato de ainda faltar apoio e consistência aos planos para um governo digital eficiente com investimentos suficientes para construir e promover uma infraestrutura de TIC e que permita o acesso da maioria de sua população.

Em relação ao item "Experiência de Prestação de Serviços ao Cidadão" (50%), onde Brasil ficou em último lugar (com média de 4,3 pontos), foram medidos 5 pilares, com distintas classificações e pesos, conforme a seguir:

1) Interação Centrada no Cidadão (peso 25%): o Brasil ficou em último lugar, com 4,6 pontos;

2) Interação de Serviços entre Governos (peso 25%): o Brasil ficou em último lugar, com 3,6 pontos;

3) Prestação de Serviços Multicanal (peso 25%): o Brasil ficou em último lugar, com 3,6 pontos;

4) Comunicação e Educação Pró-ativas (peso 15%): o Brasil ficou em 9º lugar, com 3,9 pontos;

5) Mídias Sociais (peso 10%): o Brasil ficou em 9º lugar, com 1,0 ponto.

No Capítulo "4 - Progredindo na Jornada Digital" são apresentadas análises que pretendem acelerar a evolução dos diferentes países na sua capacidade de governança digital. As sugestões são meio óbvias, tendo em vista as pontuações identificadas em cada um dos itens e índices supracitados.

No Capítulo "5 - Maturidade Digital - Perfis dos Países" são apresentadas as estratégias e as abordagens digitais adotadas em cada um dos países pesquisados e provê indicativos para a melhoria dos resultados relativos à "Experiência de Prestação de Serviços ao Cidadão​" e à "Pesquisa de Satisfação dos Cidadãos".

No caso do Brasil, são apresentadas as características das estratégias e dos serviços de e-gov ofertados, dando destaque: a) para as questões de padronização na gestão, interoperabilidade e na acessibilidade dos sítios governamentais; b) o uso do Twitter como mídia social para  interação com os cidadãos; c) a transparência no uso dos recursos, com o lançamento do Portal da Transparência do Governo Federal; d) a criação de um Comitê Executivo e 8 Comitês Técnicos para gerir o programa de e-gov; e) um caso de sucesso intitulado "MeuBrasil", funcionalidade do Portal Brasil, onde o cidadão pode customizar os conteúdos, conforme as suas preferências; e f) o caso de sucesso do Ministério da Saúde, onde o usuário pode sintonizar um serviço de "webcast" que divulga as últimas informações sobre saúde e um "microsite" que oferece informações sobre crises em saúde pública.

As recomendações feitas para a melhoria dos serviços públicos digitais, no Brasil, são: 1) Melhorar a compreensão das prioridades dos cidadãos e das comunidades (51%); 2) Melhorar as habilidades dos servidores públicos (33%); e 3) Envolver os cidadãos em como os serviços públicos devem ser ofertados (32%).


Estudos de Casos:

1) pág. 25 : Tecnologias emergentes que auxiliam no combate ao crime (exemplos dos EUA e Espanha);

2) pág. 29 : Abrangente plano de seguridade social de Cingapura, que engloba contribuições para cobrir pensões, empréstimos para casa própria e tratamentos de saúde.



■ Perfis dos Países:


1º lugar - Cingapura:

A estratégia digital de Cingapura é a de "ir em direção a um governo mais colaborativo", que promove a co-criação e melhor interage com seus cidadãos, por intermédio do desenvolvimento de diversas soluções digitais voltadas à melhoria do acesso à informação e aos serviços públicos prestados, bem como ao desenvolvimento de um ambiente de TIC resiliente e seguro que permita o desenvolvimento de soluções acessíveis e rápidas a todas as agências governamentais.
As recomendações indicadas pela Accenture são resultado dos índices (baixos) obtidos na "Experiência de Atendimento ao Cidadão".

Caso de Sucesso 1: programa "Single Password", onde os cidadãos utilizam uma única senha para acessar os 270 serviços digitais oferecidos pelo governo e que exigem uma segura identificação do usuário (tributação, constituição de empresas, emissão de passaportes etc).

Caso de Sucesso 2: lançamento do portal da Agência Nacional do Meio Ambiente (www.data.gov.sg), onde os cidadãos, as empresas e os diversos órgãos governamentais podem acessar informações referentes à qualidade do ar, saúde pública, condições climáticas, nível dos cursos d'água etc, que permitem a adequada gestão de crises ambientais. Tal iniciativa foi premiada pela Organização Meteorológica Internacional, em função da qualidade dos dados e como centro de produção de informações regional.

Caso de Sucesso 3: desenvolvimento de um portal de "Planejamento de Aposentadorias", onde os cidadãos têm acesso individualizado às suas informações pessoais sobre a sua participação no Fundo de Previdência Central, às projeções de situações futuras, aconselhamento sobre melhorias nas aposentadorias, períodos de saques etc. O serviço oferece atendimento telefônico aos cidadãos iletrados digitalmente e funciona no esquema 24h/7h.


2º lugar - Noruega:

A estratégia de governança eletrônica do governo norueguês baseia-se na digitalização para a melhora dos serviços prestado e da eficiência oeperacional, de modo a alcançar a liderança global em termos de serviços digitais.

O governo da Noruega busca alavancar o desenvolvimento das TIC, de modo a simplificar e melhorar o setor público, conduzir a maiores inovações e criar maior valor para os negócios, a fim de assegurar o desenvolvimento da sustentabilidade e da inclusão da sociedade.

A Agência de Gestão Pública e de Governo Eletrônico promove iniciativas de desenvolvimento de soluções de identificação digital seguras, o lançamento de um novo portal de serviços para os cidadãos, uma solução de comércio eletrônico pan-européia e a criação de uma ambiente amigável de aquisições públicas.

As recomendações indicadas pela Accenture são resultado dos índices (baixos) obtidos na "Experiência de Atendimento ao Cidadão".

Caso de Sucesso 1: desenvolvimento do portal de "Registros Públicos Eletrônicos da Noruega", embasado na Lei de Liberdade e Acesso à Informação nacional, onde os cidadãos podem ter livre acesso e de qualidade a todos os atos dos governos federal, estaduais e municipais.

Caso de Sucesso 2: utilização da plataforma digital "Altinn", que permite que cidadãos e empresas realizem suas necessárias transações (de 75% a 100%) com as diversas agências governamentais, com economia de tempo e de papel para os usuários e expressiva redução de custos para o governo.


3º lugar - Emirados Árabes Unidos:

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) adotaram uma estratégia digital de avanços e transformações eletrônicas em todos os serviços de governo, com o lançamento de um programa de e-gov em 2001, cujo início ficou conhecido pela implantação de um cartão eletrônico que permitia o recolhimento de taxas de serviços públicos de forma rápida e ágil.

A estratégia de e-gov estabelecida para o período 2012-2014 busca contribuir para:

1) a "Visão para 2021", em que os EAU serão um dos melhores países do mundo;

2) a execução da "Estratégia Governamental 2011-2013", em que os cidadãos serão colocados em primeiro lugar e o governo será transparente e inovador;

3) a consecução do "Plano Federal de e-gov 2014", onde está previsto o uso intensivo de serviços eletrônicos, uma completa infraestrutura de TIC, o desenvolvimento de um ambiente institucional de e-gov e a adoção de computação em nuvem para o governo federal;

4) o desenvolvimento das TIC, com foco na internet e soluções para telefones móveis e quiosque eletrônicos;

5) o fortalecimento e o monitoramento de um modelo de e-gov baseado na centralidade do cidadão e na eficiência e efetividade dos serviços prestados.

As recomendações indicadas pela Accenture são resultado dos índices (baixos) obtidos na "Experiência de Atendimento ao Cidadão".

Caso de Sucesso 1: inauguração de um portal federal sobre veículos, que permite a centralização e controle de todas as operações comerciais, tributárias, de tráfego, de segurança, de seguro, "leasing", de peças automotivas e demais assuntos relacionados.

Caso de Sucesso 2: lançamento do portal "MyGov", que busca fortalecer os esforços do governo em ampliar os canais de comunicação com a sociedade, de modo a melhor identificar suas necessidades e promover a busca pela excelência nos serviços de governo.

Caso de Sucesso 3: criação do "Programa de Excelência de Governo", alinhado com a "Visão para 2021", de modo a promover a padronização e a melhoria da qualidade dos serviços públicos, uma melhoria na experiência dos cidadãos com os centros de atendimento governamentais e uma redução dos custos relacionados.


4º lugar - Coréia do Sul:

As políticas e estratégias de governo eletrônico adotadas pelo governo sul-coreano são citadas como um das "melhores práticas" em todo o mundo, sendo que o país é considerado, atualmente, como o líder mundial na adoção das TIC. O sucesso da Coréia do Sul pode ser entendido como fruto de diversas políticas governamentais, transformações, pelo "feedback" dos cidadãos, pelas experiências de aprendizado, bem como pela expansão massiva dos serviços prestados e pela transparência adotada nos processos administrativos envolvidos.

A visão governamental é a de criação de um governo avançado que promova a participação dos cidadãos, por meio da utilização de dispositivos de móveis e com foco em:

1) uso ativo das TIC;

2) prontas respostas às mudanças sociais;

3) preocupação na solução de problemas ambientais e energéticos.

A Coréia do Sul possui um claro programa de e-gov, com um detalhado plano de implementação, estrutura de governança e avaliação dos resultados.

As recomendações indicadas pela Accenture são resultado dos índices (baixos) obtidos na "Experiência de Atendimento ao Cidadão".

Caso de Sucesso 1: o portal "Dream-Wings de Aprendizado Online" foi iniciativa do governo sul-coreano premiada pelo Prêmio de Serviço Público das Nações Unidas, em 2011, em função dos mais de 300 cursos "online" ofertados, além dos serviços de suporte ao desenvolvimento da carreira, diagnóstico de competências ocupacionais e de empregabilidade. O portal lançou uma versão móvel em 2012 e permite a inserção de "job seekers" no mercado de trabalho.

Caso de Sucesso 2: o "Sistema de Aquisições Online" do governo da Coréia do Sul que integra e consolida os processos de compras governamentais de mais de 45.000 entidades públicas, adota o formato de "pregão eletrônico" e tem propiciado economia de tempo, de papel (estimativa de quase 8 milhões de páginas/ano) e de recursos (estimativa de US$ 8 bilhões/ano).

Caso de Sucesso 3: criação da empresa de arquitetura governamental (GEA) que desenvolveu uma plataforma de integração e gestão dos serviços digitais, onde cidadãos,empresas e agências de governo interagem e permitem a racionalização do uso dos recursos de TIC, por meio do uso de catálogos eletrônicos, autenticação eletrônica e assinaturas digitais. As economias de prazos e de recursos monetários são significativas, sendo que processos empresariais com 75 etapas foram reduzidos para 15 etapas e, entre 2009 e 2011, foram economizados US$ 240 milhões em investimentos em TIC.


5º lugar - Arábia Saudita:

A estratégia do governo saudita para o seu programa de governança eletrônica é a de permitir um efetivo uso dos serviços digitais por intermédio de ações seguras e integradas, de modo a promover um aumento da produtividade e da eficiência dos serviços públicos, melhorar a qualidade e a usabilidade dos serviços digitais, aumentar o retorno dos investimentos e proporcionar acesso a informações de forma rápida e altamente confiável.

Uma agência de gestão da estratégia foi criada para acompanhar a relatar os progressos do Plano de Ação de e-gov para o período 2012-2016, a fim de adquirir uma força de trabalho capacitada; melhorar a experiência dos cidadãos com o serviço público, desenvolver uma cultura de colaboração e inovação, bem como melhorar o desempenho dos órgãos estatais.

As recomendações indicadas pela Accenture são resultado dos índices (baixos) obtidos na "Experiência de Atendimento ao Cidadão".

Caso de Sucesso 1: plataforma"Mercado de Trabalho Virtual", desenvolvido pelo Ministério do Trabalho, que mantém um banco de dados de "job seekers" e, ao criar um ecossistema de oferta e demanda de trabalho, aumenta as oportunidades de emprego da população.

Caso de Sucesso 2: solução de "crowdsourcing" e desenvolvimento de um app móvel, promovidos pelo Ministério do Comércio e da Indústria, que permitem que os cidadãos proponham soluções e/ou relatem situações de proteção/violações comerciais, a serem analisadas pelo órgão.

Caso de Sucesso 3: plataforma de "crowdsourcing", desenvolvida pelo Ministério do Trabalho, que recepciona sugestões, críticas e sugestões sobre novos planos de governo na área, de forma confidencial e de forma a unificar visões e objetivos do governo e da população.

Caso de Sucesso 4: lançamento do "Portal de e-gov Nacional", que permite o acesso de cidadãos, empresários e visitantes a todos os 1.400 serviços prestados pelo governo e por suas agências, superando os portais tradicionais ao dar suporte a dados abertos, e-inclusão, e-participação, múltiplos canais de atendimento (incluindo soluções móveis e um "call-center" operando 24h/7d) e servindo como eficiente canal de comunicação do governo sobre notícias e eventos de interesse da população.

Caso de Sucesso 5: o Sistema de Pagamentos Eletrônico, premiado com o "Prêmio de Serviços Públicos das Nações Unidas", em 2009, permite agilidade a cidadãos e empresários no pagamentos de tributos a serem realizados, bem como minimiza fraudes, reduz custos do governo e permite auditorias constantes.


6º lugar - Estados Unidos:

A abordagem e a estratégia digital adotada pelos EUA é a de construção de uma plataforma digital para a prestação de melhores serviços públicos, baseada nos seguintes princípios: centralidade das informações, plataformas compartilhadas, centralidade no cidadão, segurança e privacidade.

Com essa estratégia, o governo norte-americano busca alcançar três objetivos, a saber:

1) permitir que os cidadãos e a crescente força de trabalho móvel tenham acesso a informações e serviços de governo de alta qualidade em qualquer lugar, a qualquer tempo e a partir de qualquer dispositivo;

2) assegurar que o governo possa se adaptar ao novo mundo digital e aproveite as oportunidades para a aquisição e gestão de dispositivos, aplicações e dados, em um ambiente seguro, elegante/inteligente e acessível;

3) destravar a força do governo em disseminar a inovação em todo o seu território e melhorar a qualidade dos serviços prestados.

O governo dos EUA também tem aproximado a sua estratégia digital com a gestão das informações, bem como dos planos de TIC e de governo aberto.

As recomendações indicadas pela Accenture são resultado dos índices (baixos) obtidos na "Experiência de Atendimento ao Cidadão".


Caso de Sucesso 2:  a oferta de informações e serviços governamentais por meio de múltiplos canais, com o lançamento de uma galeria "online" para websites móveis com 140 apps (para ambientes Android e iOS), disponíveis em inglês e em espanhol.


7º lugar - Reino Unido:

A estratégia do Reino Unido Digital tem se baseado no princípio "Digital por Padrão", ou seja, todas as demandas por serviços públicos serão prestadas por intermédio de canais digitais; sem exclusão daqueles que não possam acessá-los.

O programa "Digital by Default" possui um robusto "road map" de implantação e um conjunto de indicadores de desempenho e de acompanhamento das 16 ações empreendidas no âmbito do programa, assim como tem apresentado uma melhora nos índices de qualidade e satisfação do usuário após o uso de um portal único: "GOV.UK".

As oportunidades elencadas pelo governo britânico são a economia de tempo dos cidadãos, assim como a economia dos recursos governamentais (calculada em torno dos US$ 3 bilhões/ano).

As recomendações indicadas pela Accenture são resultado dos índices (baixos) obtidos na "Experiência de Atendimento ao Cidadão".

Caso de Sucesso:  o programa "Tell Us Once", de caráter intergovernamental, permite que os cidadãos registrem nascimentos e óbitos ao governo central e às autoridades locais em uma única interação digital.


8º lugar - Índia:

As estratégias de governança digital da Índia estão baseadas na busca de uma maior centralidade nos cidadãos (desenvolvendo uma cultura de orientação a serviços) e em uma maior transparência das ações de governo.

O Plano de Governança Digital da Índia, formulado em 2006, possui um foco principal em ações de e-banking, de registro de terras e de tributos comerciais

As recomendações indicadas pela Accenture são resultado dos índices (baixos) obtidos na "Experiência de Atendimento ao Cidadão".



9º lugar - Alemanha:

A estratégia do governo alemão, consolidada no programa "Digital Germany 2015", busca alavancar as TIC, de modo a promover um desenvolvimento econômico sustentável, por meio de ações de:

1) fortalecimento da competitividade econômica, por meio do uso intensivo das TIC em todos os segmentos;

2) expansão da infraestrutura digital e de redes para o enfrentamento de futuros desafios;

3) manutenção dos direitos pessoais dos usuários em todos os canais digitais;

4) incremento da pesquisa e do desenvolvimento do setor de TIC, bem como da utilização dos resultados de pesquisa em produtos e serviços de mercado;

5) fortalecimento da educação e da capacitação no manuseio das novas tecnologias digitais;

6) uso consistente das TIC, de modo a promover a sustentabilidade e a proteção climática, da saúde e da qualidade de vidas dos cidadãos.

O governo alemão acredita que a implantação dessa estratégia de TIC contribuirá para o desenvolvimento de um governo federal eficiente e que irá permitir um desenvolvimento econômico sustentável, com a criação de postos de trabalho e com melhores serviços e resultados para a sociedade em geral. Para tanto, foi criado um sistema de acompanhamento e avaliação do sistema de governo eletrônico (denominado WiBEe) que analisa as iniciativas de e-gov sob os parâmetros de: a) custo e benefício; b) importância estratégica dos projetos; e c) impactos e afeitos dos investimentos digitais realizados.

As recomendações indicadas pela Accenture são resultado dos índices (baixos) obtidos na "Experiência de Atendimento ao Cidadão".

Caso de Sucesso 1: plataforma "Mercado de Trabalho Virtual", desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais, que promove a adequada reinserção de "job seekers" no mercado de trabalho, fundamentada em um sistema interno de apoio aos serviços de emprego, aconselhamento vocacional e a consolidação de vagas de trabalho no mercado.

Caso de Sucesso 2: implantação do portal de "Serviços Eletrônicos do Parlamento" ("Bundestag.de"), com acesso por intermédio de "smartphones" e "tablets", inclusive, onde os cidadãos podem acompanhar todos os procedimentos legislativos em andamento e se engajar nos assuntos governamentais, seja por meio de consultas e análises, bem como do peticionamento eletrônico e da participação em grupos de discussão.

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