Blog da Rede de Inovação no Setor Público

26 de jun. de 2015

Octógono da Inovação no Setor Público (Innoscience)







As Oito Dimensões da Gestão da Inovação no Setor Público

A Innoscience Consultoria em Gestão da Inovação desenvolveu uma metodologia de gestão da inovação voltada especificamente para o setor público. O Octógono da Inovação Pública apresenta as dimensões necessárias para que se estabeleçam ações e deliberações para aumentar a taxa de sucesso das iniciativas.


1) Liderança Política e Técnica
É necessário visão política em fazer da inovação uma bandeira no setor público. A atividade requer suporte "top-down" para que realmente um processo de mudança seja colocado em prática. A liderança política garante suporte para que as lideranças dos diferentes níveis do setor público possam colocar em prática a estratégia definida. Sem um programa institucional de governo pouco se consegue mobilizar as demais lideranças e colaboradores do serviço público. Porém não basta um programa bem elaborado se não houver um engajamento de mobilização das lideranças de gestão. São elas que têm a capacidade de tornar as intenções da liderança política em realidade, suportando as equipes e mantendo o alinhamento dos propósitos.


2) Diretrizes Estratégicas
O setor público vive diferentes desafios e suas prioridades devem ser estabelecidas através de uma estratégia de inovação bem formulada. Definir um estratégia é fazer escolhas. Portanto, deixar a inovação sem um direcionamento é a pior das estratégias. Além de definir prioridades, faz parte da estratégia a definição de orçamento para suportar as iniciativas de inovação no setor público. Os gestores públicos podem inovar em 8 diferentes tipos conforme a ferramenta desenvolvida pela Innoscience Consultoria.

Serviços:
1- Oferta – introduzir novos serviços, até então inéditos para os públicos alvo.
2- Desempenho – desenvolver novidades que aumentem a velocidade ou qualidade dos serviços prestados.
3- Canal – desenvolver novidades para melhorar a acessibilidade ou mesmo um novo canal para os serviços existentes.

Organizacional:
4- Gestão: novas abordagens de gestão, organização do trabalho, estrutura
organizacional e outras, que melhorem o desempenho das atividades executadas.

Processo:
5- Tecnológicas: novas tecnologias ou novos sistemas de gestão da informação que melhorem o desempenho das atividades executadas.
6- Custos: são aquelas modificações de procedimentos ou sistemas de operação que reduzem os custos dos serviços prestados aos usuários/cidadãos.
7- Comunicação: novos métodos de promover as organizações, serviços ou maneiras de influenciar o comportamento dos indivíduos e da sociedade.

Regulatória:
8- Políticas Públicas: criação de novas políticas de governo e leis que melhorem
significativamente o bem estar dos cidadãos, o meio ambiente ou a economia.


3) Governança
A estratégia de inovação define a arquitetura organizacional que irá suportar a inovação no setor público. Abaixo apresentamos alguns modelos que podem ser utilizados:

• P & D Orientado: uma visão tradicional de inovação, onde especialistas desenvolvem uma ideia normalmente de caráter tecnológico. São pessoas dedicadas que conduzem as diferentes etapas do processo de inovação.

• Participativo: empregados contribuem para resolução de problemas e melhoria contínua. Esse é o modelo mais democrático que requer envolvimento e participação dos colaboradores, desde a geração de ideias até a execução.

• Rede de Inovação: é o modelo de trabalho que envolve "stakeholders" externos à organização pública, como usuários, universidades, outros agentes públicos e os cidadãos em geral. Utiliza a lógica da inovação aberta para as diferentes etapas do processo de inovação.

• Projetos: abordagem por projeto e times. Montagem de força-tarefa com grupo selecionado de pessoas, podendo ser parcial ou dedicação exclusiva mas com caráter temporário até a conclusão da iniciativa.


4) Cultura de Inovação
Criar um ambiente de trabalho desafiador, que estimule os colaboradores a utilizar sua criatividade, colaborar com outras pessoas e propor novas ideias. Passa pelo "layout" corporativo, comunicação interna, estabelecimento de incentivos, sensibilização e capacitação dos colaboradores e definição de metas individuais e coletivas. Segundo estudo realizado por especialistas de Harvard, Insead e Wharton, apenas 1/3 da nossa criatividade é decorrente de questões genéticas. Os restantes 2/3 são frutos do desenvolvimento pessoal e do ambiente. Na prática isso significa que as competências relacionadas à inovação podem ser desenvolvidas e estimuladas em qualquer pessoa. Atualmente existem treinamentos e ferramentas que possibilitam sensibilizar os colaboradores para a inovação. Uma vez sensibilizados eles precisam dominar as ferramentas para colocar em prática a inovação no dia a dia. Implementar uma filosofia ou cultura voltada para inovação também requer uma abordagem estruturada quanto à gestão da mudança. Uma abordagem estruturada para garantir que as diferentes ações de sensibilização e mudança de processos venha acontecer é necessária.


5) Processo de Inovação
O processo de inovação no setor público inicia na busca por "insights" e vai até a difusão das inovações desenvolvidas. Pode-se estabelecer uma seqüência de 5 etapas principais:

1- Geração de "Insights": a partir de problemas, do monitoramento da paisagem tecnológica e de oportunidades ao qual o setor público está envolvido.
Uma ferramenta importante para identificação de "insights" é o Mapa da Jornada do Consumidor, que identifica as diferentes ações dos consumidores de serviços. Está estruturado para mapear o antes, o durante e o depois de um consumidor de serviços. Promove uma reflexão sobre as expectativas, experiências e o que traz satisfação para o consumidor de serviço.

2- Idealização: é a etapa de geração das ideias, inspiradas nos "insights". Utiliza uma série de ferramentas para potencializar as novas ideias.

3- Seleção: classificação, priorização e estruturação das principais oportunidades. Essa etapa também requer a busca de recursos para desenvolvimento dos projetos.

4- Experimentação: etapa de validação dos conceitos, redução das incertezas e preparação da implementação e difusão.

5- Difusão: etapa necessária para que os projetos e benefícios sejam acessíveis aos públicos alvo. Equivale à etapa da comercialização no setor privado porém, no setor público, o foco é a difusão da inovação e dos seus benefícios.


6) Conexão com Stakeholders
No processo de inovação na gestão pública é preciso incorporar a visão da co-criação e inovação aberta. Dependendo da estratégia de inovação deliberada deve-se determinar os atores que irão apoiar na busca de "insights", ideias, validação de conceitos e desenvolvimento conjunto. Além da óbvia relação com os usuários dos serviços, cabe também à gestão pública se aproximar das universidades, institutos de pesquisa e da iniciativa privada para o desenvolvimento ou a incorporação de tecnologias ou novos componentes. A Innoscience desenvolveu o canvas da Inovação Aberta, ferramenta visual destinada a planejar as iniciativas desta natureza.


7) Gestão do Conhecimento
Uma das principais matérias primas da inovação é o conhecimento. Esse insumo importante precisa ser gerenciado de forma adequada para garantir que a identificação, integração, criação e compartilhamento seja feito pela administração pública. Os processos organizacionais, pessoas e ferramentas precisam estar disponíveis e funcionando para alimentar o processo de inovação. Um dos grandes desafios da gestão da inovação no setor público é poder aproveitar bem os conhecimentos já internalizados, assim como criar os mecanismos de identificação e absorção de novos conhecimentos que sejam relevantes. Através de uma abordagem estruturada de gestão do conhecimento cria-se as condições para que haja a internalização, socialização, externalização e combinação dos conhecimentos necessários para inovar.


8) Métricas e Ferramentas
Um conjunto de indicadores e metas garantem que a avaliação das iniciativas seja permanente. Podemos dividir os indicadores em 4 grandes categorias: contexto, processo, estratégia e resultados.

1- Contexto: são os indicadores que monitoram o quão bem estamos conseguindo criar um contexto favorável à inovação. Podem estar relacionados aos investimentos em inovação, envolvimento das pessoas e liderança.

2- Processo: servem para controlar a eficiência da execução das diferente etapas do processo de inovação no setor público. Podem estar relacionados à identificação de "insights", geração de ideias, colaboração com agentes externos e outros de gestão de projetos.

3- Estratégia: monitoram o atendimento da estratégia de inovação e o desenvolvimento das inovações. Pode-se monitorar o desempenho em relação aos tipos de inovação e ao atendimento das temáticas definidas.

4- Resultados: servem para avaliar o impacto das iniciativas desenvolvidas pela instituição. Difusão, melhorias nos serviços e na qualidade de vida, ganhos de produtividade, satisfação dos cidadãos e dos colaboradores, reconhecimentos recebidos e outros efeitos socioeconômicos decorrentes das atividades.

Fonte: http://cmp.innoscience.com.br/report-inovacao-setor-publico/



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